Uma das paciente que fez cirurgia desnecessária após falso laudo de câncer diz que ‘maior cicatriz foi psicológica’ | MANGUEIRINHA ONLINE
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Uma das paciente que fez cirurgia desnecessária após falso laudo de câncer diz que ‘maior cicatriz foi psicológica’

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A médica é de Pato Branco, no oeste do Paraná, e foi denunciada nesta segunda-feira (28) pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos, lesão corporal e exercer atividade ou anunciar que a exerce sem os requisitos necessários. A denúncia é referente a 38 vítimas e a Justiça ainda não decidiu se aceita, ou não, a denúncia.

“A cicatriz na perna está grande. O procedimento feito pela médica foi em janeiro e ainda tenho hematoma ao redor da região que foi feita a ampliação de margem desnecessária, mas maior do que a cicatriz física foi a psicológica. Na verdade, essa ainda não cicatrizou”, afirmou a mulher.

“Fiz várias sessões de psicoterapia e ainda estou em tratamento medicamentoso, fazendo uso de medicamento controlado para melhorar dos danos psicológicos”, relatou a vítima ao g1.

Samira e os demais pacientes acusam a médica de emitir falsos laudos de câncer de pele e indicar cirurgias desnecessárias.

Biscaia começou a ser investigada em março, quando pacientes suspeitaram de procedimentos cirúrgicos solicitados por ela. Pelo menos 31 pessoas formalizaram denúncia à Polícia Civil (PC-PR) que indiciou a médica no dia 21 de outubro.

“O sentimento é de que a justiça começou a ser feita. […] Agora fica a esperança de que ao final do processo criminal, a médica de fato, seja condenada pelos crimes praticados e, principalmente, que seja impedida de continuar atuando”, afirmou Samira ao g1.

Em nota, o advogado Valmor Antonio Weissheimer, que atua na defesa da médica, afirmou:

“A minha cliente sequer foi intimada, para exercer o direito ao contraditório; A Defesa encontra-se preparada com todas as teses defensivas, visando o esclarecimento dos fatos”, diz trecho da nota.

Desde maio, uma Interdição Cautelar Total de 180 dias determinada pelo CRM-PR e aprovada pelo Conselho Federal de Medicina impede a médica de exercer a profissão.

Fonte G1