O segundo turno desta eleição não está nas mãos do Lula e do PT, que seduziu Ciro Gomes e Simone Tebet, e se apresenta melhor nas pesquisas eleitorais. E nem nas mãos do presidente Jair Bolsonaro, que surpreendeu no primeiro turno ao alcançar uma boa quantidade de votos e tirando de casa o seu eleitor oculto e envergonhado.
Quem vai decidir o segundo turno desta eleição presidencial são os mais de 32 milhões de eleitores brasileiros que deixaram que comparecer às urnas.
Tivemos quase 21% de abstenções na eleição do último dia 2 de outubro. É um pouco mais do que na eleição de 2018, mas é um grupo significativo de brasileiros e brasileiras que acabam não se sentindo representados por nenhum dos candidatos e simplesmente deixam nas mãos dos outros a condução do seu destino. São brasileiros fartos da política e da politicagem, cansados da corrupção, indignados com os bilhões do Fundo Eleitoral e descrentes com as políticas públicas.
Para este grupo pouco importa quem vai estar no poder. São os que preferem fazer churrasco no final de semana da eleição e depois justificar, pagando uma multa de R$ 3,51. É menos que o valor de uma passagem de ônibus na cidade de Curitiba.
Neste segundo turno Lula partiu para o ataque, aproveitando as gafes de Bolsonaro com o povo nordestino, a quem chamou de analfabeto por dar à vitória ao petista no primeiro turno. Fortalece o discurso do ódio, do nós contra eles, ao invés de apresentar propostas melhores para a solução dos problemas estruturantes do Brasil.
Bolsonaro tenta mostrar que o Brasil melhorou muito nos últimos anos apesar da pandemia. Isso é inegável, voltamos aos índices de desemprego de 2015 antes da crise promovida pela ex-presidente Dilma Roussef. O Brasil conseguiu fazer algumas reformas mas são precisas mais algumas para que tudo possa avançar e o Estado Brasileiro ficar mais enxuto e focado no que é primordial, combater a desigualdade.
E a desigualdade só se combate com emprego e renda, e não apenas ampliando programas sociais que precisam ser emergências e não permanentes. A educação fortalece o povo, que tem mais capacidade e conhecimento para buscar um futuro melhor. A ignorância só favorece aos tiranos e salvadores da pátria, que com discurso fácil vendem de tudo mas não entregam nada.
O nosso dever é buscar esses 32 milhões de brasileiros que não votaram no primeiro turno. Convence-los de que a abstenção é igual a entregar um carro para quem não sabe dirigir, as chances de um acidente são grandes e depois não adianta chorar com os prejuízos da batida.
Fonte: bandab.com.br