
De julho até sexta-feira (20), 29 macacos mortos haviam sido encontrados em áreas rurais do sudoeste do Paraná. Conforme dados da 7ª Regional de Saúde, 24 deles foram localizados em Coronel Domingos Soares, três em Mangueirinha e dois em Clevelândia.
Apesar do Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen) ainda não ter finalizado o exame de testagem para febre amarela nas amostras coletadas dos animais, toda a área da Regional, composta por 15 municípios do Sudoeste, está em alerta.
Em entrevista ao Diário do Sudoeste, o biólogo da RS, Miguel Rotelok, disse não descartar a positivação dos exames enviados. “Pela experiência dos técnicos da Regional, das orientações da Divisão de Vetores da Sesa Central, bem como comparando com os surtos de febre amarela que tivemos, anteriormente, no país e o fato de ter ocorrido tantas mortes de primatas na região em um curto período de tempo [trabalha-se com a hipótese da doença]”, disse.
Segundo Rotelok, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) já foi questionada quanto a demora dos resultados dos exames. “Por enquanto pediram para esperar o boletim que sairá na quarta”, contou.
Até o fim desta reportagem, a Sesa não respondeu ao Diário o porque da demora na divulgação do resultado dos exames.
Imunização
Diante da possibilidade da febre amarela estar circulando no Sudoeste, a Regional de Saúde orienta toda a população, em especial as residentes em área rural ou próximas de áreas de mata, para que procurem uma unidade de saúde para tomar a vacina contra a doença, assim como também para realizar uma avaliação da carteira de vacinação.
Segundo Rotelok, a Regional de Saúde já disponibilizou vacina para os municípios em que foram encontrados os macacos mortos. “Também já emitimos um novo alerta a todos os municípios da região para que realizem a busca ativa de não vacinados.”
Não mate os macacos
A 7ª RS orienta, ainda, para que a população não mate os macacos, pois, eles servem como sinalizadores da ocorrência de casos da febre amarela no ambiente. “Bem como protegem a população contra a doença, uma vez que mantém o vírus na mata, evitando que ele invada a área urbana”, disse Rotelok explicando que, ao verificar um macaco morto, é preciso, imediatamente, avisar a Vigilância Sanitária do município.
Ao verificar macacos mortos, a população pode tirar uma foto e incluir no sistema da FioCruz [https://www.biodiversidade.ciss.fiocruz.br/]. “Essa notificação é encaminhada, automaticamente, para a Regional de Saúde para que seja avaliada e, se for o caso, feita a coleta do animal.”
Corredor ecológico
Levando em conta o comportamento dos macacos e suas preferências por certas matas específicas, o biológo da 7 ª RS estima que os animais passarão por áreas transpassadas por corpos hídricos. “A principal hipótese, é que o corredor passará por municípios em que os rios Iguaçu e Chopim passam. Depois, seguirão para o Oeste do estado, em direção ao Parque Nacional”, explicou.