Irmãs gravam propaganda para Chevrolet em Mangueirinha

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Irmãs trabalham unidas no cultivo de grãos e cereais no Paraná.

Formadas em Arquitetura e Medicina Veterinária, com a morte do pai, as irmãs se viram diante de novo desafio: assumir a propriedade da família em Mangueirinha, Paraná.

Na Estrada Com Quem Faz

Ana Maria Franciosi e Edina Maria Franciosi, ou “As irmãs Franciosi” como são conhecidas na cidade de Mangueirinha, Paraná, são duas mulheres que fazem no agronegócio. Apesar de terem passado boa parte da infância na propriedade da família, quando o pai presenteava os filhos com bezerros para que eles cuidassem e depois administrassem o dinheiro da venda, os planos de vida eram outros. Ana cursou Medicina Veterinária e trabalhou como fiscal no Ministério da Agricultura. Já Edina, que optou pela Arquitetura, fez um ano de intercâmbio em Paris e estava se especializando na área. No entanto, com a morte do pai, a vida das irmãs tomou um novo rumo, pois elas e a mãe precisaram assumir a administração da propriedade da família, onde cultivam prioritariamente soja, mas também milho, aveia e trigo.

A gente tinha dois irmãos homens mais velhos, então, nós não fomos orientadas ou preparadas para cuidar da fazenda. Eu fiz arquitetura. Sempre gostei de desenhar, fiz intercâmbio de um ano em Paris e estava me direcionando para essa área.” – Edina

— Foto: Bring Filmes | Julien Pereira Pinto

Apesar da falta de experiência das irmãs no negócio, houve uma figura importante que auxiliou nesse processo de sucessão: a mãe delas, que mesmo sem ter participado ativamente do negócio rural ao lado do pai, sabia dos erros e acertos que ocorreram no passado e transmitiu esse conhecimento para as filhas.

“Além das orações. Como nós dependemos do clima e dependemos de Deus, a minha mãe ela é esse suporte, tanto na fé, quanto nos conselhos. Na época do meu pai, ela não trabalhava diretamente na lavoura, mas ela acompanhava muito ele. Então, ela tem toda a experiência do meu pai, que nós não vivemos e ela nos conta. ‘Seu pai, naquela época, aconteceu isso e ele errou nesse momento’, e aí nós sabemos o que não fazer para evitar o mesmo erro ou mesmo se algo deu certo, a gente sabe que por esse caminho podemos seguir.” – Edina

As dificuldades pelas quais as irmãs passaram, apontaram para uma nova oportunidade: ajudar e inspirar outras mulheres que também estão no agronegócio. Por isso, as fazendeiras criaram o grupo “Mulheres no Agro”, que começou de forma tímida, mas hoje já tem quase 100 mulheres.

“O grupo Mulheres do Agro surgiu no momento em que a gente sentia uma certa dificuldade e não percebia tantas mulheres na nossa cidade participando de forma ativa. Nós conhecíamos várias proprietárias que trabalhavam cada uma no seu lugarzinho e não existia muita interação. Então, o surgimento do grupo partiu de alguns desafios, que nós passamos e a gente viu que poderia, com a formação do grupo, minimizar um pouco isso para todas, inclusive pelas próximas gerações que estão vindo por aí. Eu acho que a gente começou com esse intuito, de reunir um grupo pequeno de mulheres, nós começamos com dez mulheres, aí foi para 20, 30 e agora nós estamos com quase 100 mulheres.” – Ana

— Foto: Bring Filmes | Julien Pereira Pinto

Além dos desafios de assumir um novo negócio, das dificuldades vividas na propriedade, as irmãs também contam que passaram por situações de aprovação. Por serem mulheres, muitas pessoas não acreditavam que elas teriam capacidade de assumir a administração da fazenda e obter êxito. Mesmo assim, elas não desistiram.

“Eu vejo que essas pessoas que muitas vezes não acreditaram na gente, elas foram fundamentais para que a gente tivesse mais garra e mais vontade de permanecer. Na verdade, cada desafio, cada palavra que não foi tão legal naquela época, serviu como incentivo para a gente continuar. Sabe quando a pessoa fala: ‘Duvido que você faça isso’ e você vai lá e faz.” – Ana

A escolha do veículo das irmãs foi fundamental para o sucesso do negócio. A ideia de ter um único automóvel que atenda as atividades da cidade e do campo e que ainda transmita segurança e conforto para o motorista fez a diferença na escolha do Trailblazer.

“É um carro que vai super bem tanto na cidade, como no campo. E o espaço dele para crianças, para malas é ótimo, ele é superespaçoso. Além de ser lindo e ter uma estética muito bonita. Se você precisar fazer uma vistoria no campo, ele pode ser utilizado também para transportar. Então, eu acho que é um carro superversátil, que você pode usar tanto na cidade, para viajar, como no dia a dia do campo para transportar volumes maiores.” – Ana

— Foto: Bring Filmes | Julien Pereira Pinto

Seguir o legado da família é motivo de muito orgulho para as irmãs Franciosi. E elas, descendentes de italianos, destacam um ponto importante na história.

“É interessante abordar que os nossos bisavós eram italianos e vieram para o Brasil por causa da fome provocada por uma crise muito grande na Itália. Essas gerações que vieram depois, a maioria trabalha com produção de alimentos. Então, nós temos muito orgulho de produzir alimentos, sendo que os nossos antepassados vieram para o Brasil por causa da fome.” – Edina

Além dos resultados positivos que as irmãs conquistam diariamente na fazenda, elas também ressaltam com emoção o sentimento de inspirar e ajudar outras mulheres.

“Tenho muito orgulho disso, acho que é uma conquista muito grande. Eu nunca imaginei, quando eu estava lá fazendo faculdade, que eu ia chegar onde eu cheguei, que eu ia seguir esses passos. Eu achava que ia seguir esses passos que eu tô seguindo, mas que eles não iam tomar uma proporção assim de abranger outras mulheres, ter um alcance tão grande de multiplicar o nosso trabalho fora da porteira, não só trabalhar na fazenda, mas também fazer esse trabalho ir além das porteiras da fazenda.” – Ana

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•Nome: Ana Maria Franciosi e Edina Maria Franciosi

•Cidade e estado: Mangueirinha, Paraná

•Com o que trabalha no agro? Soja, milho, trigo e aveia

 

Do G1