A crise causada pelo novo coronavírus trouxe impactos severos para a economia, sendo que alguns desses reflexos foram a redução no número de postos de trabalho e a queda na renda da população. Diante disso, a solução encontrada por muita gente foi apelar ao empreendedorismo, o que se reflete no aumento exponencial do registro de Microempreendedor Individual, o chamado MEI.
No Paraná, por exemplo, o aumento no número total de registros foi de 9,96% entre março e setembro. Quando começou apandemia, o estado somava 621 mil MEIs. No final do último mês, já eram 683 mil, com a formalização de 61.868 negócios em todo o estado durante a pandemia. Isso significa que, um novo negócio foi formalizado no Paraná a cada quatro minutos, em média.
O movimento local, contudo, segue uma tendência nacional: no país, ao longo desses seis meses o número de MEIs teve incremento de 9,89%, saltando de 9,9 milhões de negócios para 10,9 milhões. Ao todo, 981.474 pequenos negócios foram formalizados em todo o Brasil, o que representa a abertura de, em média, 372 MEIs no país a cada minuto que passa.
Em Curitiba, um dos empreendedores que formalizou seu negócio em meio à crise sanitária foi João Nogari, 19 anos. Desde 2015, quando ainda era um adolescente, o jovem já havia descoberto na internet uma forma de fazer dinheiro, pormeio deum canal no YouTuber. Há cerca de dois anos, quando perdeu a monetização de seus vídeos, contudo, ele precisou se reinventar. E a saída então foi começar a pesquisar sobre design digital.
“Comecei a pesquisar sobre, buscar ferramentas, e aí começaram a surgir oportunidades para fazer trabalhos para amigos, eles indicavam para outras pessoas… Era algo mais informal”, conta o empreendedor, relatando ainda que, na prática, a pandemia acabou tendo um reflexo positivo sobre o seu negócio, já que fez aumentar o número de pessoas e empresas querendo entrar e investir no meio digital.
“Neste ano, pelo menos triplicaram os pedidos e aí resolvi abrir minha empresa, formalizar. Agora ofereço nota fiscal e atendo gente do Brasil inteiro”, diz o jovem, que já está cursando Administração no ensino superior para seguir evoluindo no mundo dos negócios. “Meu sonho é um dia contratar uma pessoa, entender que estou ajudando a economia de alguma forma, gerando emprego. Também faço curso pelo Sebrae e estou montando um plano de negócios para abrir minha agência de publicidade”, finaliza Nogari.
Jovens lideram movimento.
Um levantamento feito pela Serasa Experien mostra que nos oito primeiros meses de 2020 foram abertas 2.195.945 empresas no Brasil, com o Paraná se destacando como o terceiro estado com maior número de aberturas (7% do total, atrás apenas de Minas Gerais, com 11%,e São Paulo, com 28,8% do total).
E do total de empresas abertas neste ano, os jovens com idade entre 19 e 30 anos foram responsáveis por 35% das novas instituições.
Para o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, os números mostram que os jovens estão cada vez mais dispostos a investir em um negócio próprio.
“Hoje, o jovem tem mais disposição para desafios e está menos disposto a se manter em um emprego que não tenha a ver com o que ele acredita.
Além disso, o mercado formal de trabalho também está difícil para os jovens, que acabam indo para o empreendedorismo”, avalia
Quando considerado o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), os setores de alojamento e alimentação apresentaram as maiores altas, puxados por mulheres empreendedoras. Em seguida aparecem indústrias da transformação; transporte, armazenagem e correio; e construção.
Informações bem Paraná