Joares Alves (À ESQUERDA);juntamente com Adao Chagas, Vice presidente; e Cassiana Vargas, Secretaria-
Nesta semana, Joares Alves, indígena da tribo Kaingang de Mangueirinha, assumiu a presidência do Conselho Tutelar no município. Ele, que é o primeiro indígena a ser conselheiro tutelar em todo o Paraná, mora na aldeia e é acadêmico de Administração, pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) em Chopinzinho.
“Nós, enquanto povos indígenas, estamos sempre tentando ocupar lugares estratégicos e de decisão. E o conselho é um local importante, porque trabalha com nossas crianças e adolescentes, futuro de nossa sociedade”, declara.
A gestão frente ao Conselho Tutelar tem o período de um ano, sendo que o processo de escolha ocorre por meio de votação secreta. “São analisados a habilidade de articulação do conselheiro dentro do grupo; espírito de liderança; e, o mais importante, o conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bem como demais cartas de leis, fundamentais para conduzir os casos que chegam até o conselho”, diz.
Alves explica que o presidente não tem mais poder que os demais conselheiros. “O trabalho é do colegiado, assim como as decisões. O trabalho do presidente é de representar o conselho em determinados momentos, podendo ser também o voto de minerva em algumas situações; e outras atribuições, que ficam subentendidas na função de um coordenador”.
Para ele, esse protagonismo, que está exercendo no Estado, por ser o primeiro indígena a ocupar esta função, é muito importante. “Pois o ECA, mesmo completando 30 anos em 2020, está em construção e precisa se adequar e reconhecer a cultura dos povos indígenas, pois existem práticas culturais que o estatuto criminaliza. Porém, a Constituição Federal reconhece e recomenda que sejam respeitadas”
Informações diário do sudoeste